Cuba: 5 coisas que precisas saber antes de ir

As experiências que vos relato de Cuba são as de quem organizou a sua própria viagem, não a fez através de uma agência. São também as de quem dormiu em casa de cubanos e comeu nos chamados restaurantes particulares. Não é, por isso, a experiência do resort e, por tal, pode não coincidir com outros relatos de quem tenha feito uma viagem semelhante.



Hoje trago-vos informações que vos podem ser necessárias, enquanto preparam a vossa viagem a este país maravilhoso que é Cuba. Ficam aqui as 5 coisas que precisam saber antes de ir:
  1. Moeda
  2. Alojamento
  3. Transportes
  4. Internet
  5. Propina ou Gorjeta

Moeda

Existem 2 moedas em Cuba: CUC (convertíveis cubanos) e MN (moeda nacional). Os turistas usam CUC e em alguns sítios vemos letreiros a indicar que não aceitam esta moeda.

Em Cuba, nunca nos foi possível usar o cartão para fazer pagamentos em restaurantes, lojas ou outros estabelecimentos. As transações são primeira e essencialmente feitas com dinheiro vivo.

Isso não se demonstrou um problema, na maioria das vezes, pois há um número razoável de caixas multibanco onde se pode levantar dinheiro, mesmo nas cidades mais pequenas. Aos domingos, esta tarefa foi mais difícil de cumprir uma vez que há uma utilização maior ao fim-de-semana e é comum algumas máquinas ficarem sem dinheiro.

Alojamento

Há 4 opções para alojamento, neste belo país:
  • Casas particulares - casas de locais com quartos para turistas. É uma opção economicamente mais favorável e culturalmente mais rica. 
  •  Campismo - vimos alguns pelas localidades em que passámos. 
  •  Hotéis - pertencem ao governo e há vários, para os mais variados gostos. 
  •  Resorts - com pacotes com tudo incluído. 
Ficámos maioritariamente em casa de cubanos e, como já é um sistema completamente regulamentado em Cuba, fizemos as nossas reservas a partir do Airbnb.

Como as regulamentações norte-americanas exigem que a Airbnb reúna detalhes básicos de viagem de qualquer hóspede que viaje para Cuba é necessário preencher este formulário antes de fazermos o pedido de reserva e, no nosso caso de turistas, escolhar a opção 'people to people':

Como reservar casas particulares em Cuba | Tudo o que precisa de saber para preparar a sua viagem

Espreita este post acerca de tudo o que precisas saber para reservar Casas Particulares.


Internet

Quando andava a fazer as reservas de alojamento no Airbnb, achava curioso os nomes das casas referirem sempre ‘Wi-Fi free’.

Quando chegámos, percebemos que o conceito deles é ligeiramente diferente do nosso: nas casas há realmente Wi-Fi, nos restaurantes também, mas o acesso não é como aquele a que estamos commumente habituados.
Para aceder, compramos uns cartões com 2 códigos que precisamos inserir para aceder. Estes cartões são comprados nas Ectesa por 1 CUC e dão para 1 hora de acesso (podes repartir esta hora em pedaços mais pequenos, mas só podes aceder 3 vezes com o mesmo cartão).
Obviamente que à porta destes estabelecimentos estão sempre filas gigantes para comprar os cartões - o que vale é que no passeio contrário há sempre um cubano a vendê-los, à troca da sua comissão.

Fomos advertidos para o facto de podermos ser enganados, mas adquirimos vários cartões por 2 CUCs cada - que conseguimos negociar um bocado -, que fomos usando ao longo da viagem, sem qualquer problema.

Nos últimos anos, Cuba criou mais de 200 spots de Wi-Fi, maioritariamente em jardins e praças. Actualmente, as casas particulares e hotéis têm também pontos de acesso e publicitam-no amplamente nos anúncios que colocam na internet.

Quando chegamos às praças principais, é comum vermos grandes aglomerados de pessoas agarradas aos telemóveis, graças aos hot-spots de Wi-Fi públicos. Turistas e locais, misturam-se nestas praças a fazer barulhentas vídeo chamadas para fora do país. Famílias que estavam separadas há décadas, têm agora maneira de se voltar a encontrar, ainda que virtualmente.



Transportes

Em Cuba, tirando a opção de alugar carro, há 4 maneiras de viajar entre cidades:
  • comboios 
  • autocarros 
  • táxis
  • colectivos 

Da primeira vez que tentamos comprar um bilhete de autocarro, no site, verificamos que é preciso fazê-lo com bastante antecedência.

Na impossibilidade de o fazer, dirigimo-nos a um posto de turismo onde Leda nos explica que temos que os comprar uma semana antes ou, em alternativa, ir para a rodoviária com a esperança de que alguém não apareça e possamos ficar com o lugar. Explica-nos também que nem sempre compensa pois, o bilhete para 2, mais o táxi da rodoviária para a cidade é o mesmo que ir de colectivo. Aceitamos a sugestão e é de colectivo que nos deslocamos na maioria das nossas viagens pela ilha.

Os colectivos são táxis partilhados com outros turistas. Em viagens mais curtas podem ser carros clássicos, sem ar condicionado, com 8 lugares. Em viagens mais longas, carros mais modernos de 5 lugares, com ar-condicionado. Para viagens entre cidades, esta opção é extremamente econômica, uma vez que um táxi pode ir para o dobro do preço.

Recorremos a táxis normais para fazer pequenas viagens dentro da cidade e, como tivemos um imprevisto em Trinidad, fomos de táxi para os Cayos do Norte - o que ficou 50 CUCs acima do que teríamos pago por um colectivo. ´

Aproveito para deixar um aviso: marquem sempre os colectivos com as senhoras das casas ou nos estabelecimentos de turismo. Marcar com pessoas na rua pode trazer surpresas na altura da viagem.




Propina ou Gorjeta

Um médico cubano ganha cerca de 50 CUCs por mês, um polícia 40. Foi-nos dito por um taxista que para viver em Habana são precisos 400 CUCs por mês.

Então como é possível sobreviver? Manuel, taxista em Viñales, explica-nos que os cubanos têm um sistema de trocas que suprime algumas destas necessidades. Isso significa que entre eles, há troca de café por arroz, de mel por feijão, de boleia, etc. com o turista só há uma troca possível: dinheiro. Por isso não é raro eles se oferecerem para te levarem a algum lado, desde que no fim lhes agradeças com um mojito ou algo semelhante. Significa também que não precisamos ir aos centros de informação turísticos.

As donas das casas organizam os passeios, as excursões, os táxis colectivos, etc. pois assim, do que pagamos ao táxi, ele dá uma propinita à senhora, e todos ficam a ganhar.

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