Hotel Nacional de Cuba: mundo de histórias da máfia, estrelas de cinema e mísseis

Alguma vez foste inspirado por um filme ou livro que te levou a viajar para conhecer os seus lugares? Esta foi a pergunta que a Momondo fez aos seus embaixadores e é do que vos venho falar hoje.

Não podíamos deixar Havana e, nomeadamente, Vedado, sem visitar aquele que ainda hoje é um símbolo da arquitectura Art Decó e Neoclássica e que guarda em si histórias da máfia, mísseis e estrelas de cinema.⁠ ⁠

para entrar no hotel, passa-se por um pequeno jardim, com vários carros clássicos a aguardar turistas
Entrada do Hotel Nacional


Está uma manhã bem quente em Havana, quando entramos no Hotel Nacional pelo seu hall de azulejos de estilo arabesco e candelabros de cristal em direção ao jardim, na sua ponta oposta.⁠ ⁠

Ao fundo, uma bandeira de Cuba balança calmamente e, em logo ali abaixo, como que em pleno cortejo, passam carros clássicos, dentro dos quais os turistas aproveitam a brisa do Malecón.⁠ ⁠

Quando chegamos, o porteiro informa-nos que basta aguardar no lobby pela guia. Tínhamos lido que a visita é gratuita e juntamo-nos ao grupo até que a guia nos perguntou se tínhamos gostado do pequeno almoço e informamos que não estávamos hospedados no hotel. Ficamos então a perceber que tínhamos que comprar bilhete (5CUC por pessoa - com direito a um cocktail no final da visita).

Vista da zona do Malecón
Vista para o Hotel Nacional

Máfia

A visita inicia no último andar do edifício. Aqui, a guia conta-nos que, desde o início do século 20 até à Revolução de 1959, Havana era conhecida como o playground dos chefes da máfia dos Estados Unidos e, talvez por isso, tenha sido construído em tempo record.

Abriu a 30 de Dezembro de 1930 e foi construído e gerido por patrões americanos, como um hotel para turistas americanos. Aliás, quando abriu, o hotel era interdito a cubanos.

Desde os anos 40, que o Hotel Nacional recebeu figuras da Máfia durante a sua actividade em Havana, e, em 1946, assistiu à infame Conferência de Havana - retratada em 'O Padrinho: part II'.⁠ Lucky Luciano e Meyer Lansky, dois dos maiores mafiosos da época, marcaram a reunião no Hotel Nacional para discutir planos de negócio e políticas com famílias criminosas de todos os Estados Unidos e esta reunião ocorreu com a aparente autorização do ditador Fulgencio Batista, mascarada de jantar de gala, com direito a espectáculo de Frank Sinatra.

there's a special mojito that you can drink at the end of the visit
Hotel Bar


Estrelas de Cinema

Apesar da proibição do turismo americano, as estrelas de Hollywood continuavam a encontrar o seu caminho atá ao Hotel Nacional. As paredes do Hall of Fame mostram fotografias de Steven Spielberg, Leonardo DiCaprio, Danny Glover, Francis Ford Coppola e até Paris Hilton e, alguns quartos têm até o nome dos seus hóspedes.

O hotel recebeu também vários diplomatas e líderes mundiais, entre os quais, o nosso ex-primeiro ministro, António Guterres, cuja fotografia figura numa das paredes, junto a figuras como James Carter.

Além de receber uma longa fila de convidados famosos, o hotel também testemunhou alguns dos eventos mais importantes da história de Cuba.

Vista do jardim do hotel onde se comemoram os 500 anos de Havana
Havana comemora 500 anos


Mísseis

De facto, os terrenos do hotel estão carregados de história, não deixando de parte os capítulos menos positivos.

O hotel está localizado numa colina onde ainda resta a fortaleza erguida, no século XVI, para proteger a baía de Havana. É junto a esta fortaleza, num sistema de túneis subterrâneos, abaixo do nível dos jardins do hotel, que hoje podemos visitar um pequeno museu, onde é contada a versão cubana da Crise dos Mísseis.

Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos descobrem que Cuba se havia aliado à União Soviética e esta estava a instalar mísseis nucleares em Cuba, apontados à América.
Depois de um impasse de 13 dias, há um acordo entre Estados Unidos e União Soviética - há até um filme sobre o assunto. Neste museu, há uma carta, escrita por Fidel, em que se exalta o facto de Cuba não ter sido tida em conta aquando deste acordo.

Desde 1962 que os EUA votam a favor do embargo contra Cuba. Os recentes esforços de Obama para restabelecer as relações com a ilha (como por exemplo a reabertura da Embaixada dos EUA) deixaram cubanos e americanos animados. Hoje, os americanos já podem fazer turismo em Cuba, ainda que não haja voos directos e que tenham que fazer escala na Costa Rica.

vista para edíficios importantes junto ao hotel
Vista do topo do hotel


Além da carga histórica, o hotel encerra outras curiosidades que fazem a visita valer ainda mais a pena:

  • Peças de xadrez adornam o topo do hotel, num tributo a José Raúl Capablanca, campeão mundial de xadrez por diversos anos e, por isso, figura nacional.
  • Hoje com 457 quartos e 16 suites, este monumento nacional foi construído como uma cópia do Breakers Hotel em Palm Beach, Flórida, e continua a ser um dos emblemas arquitectónicos da cidade.
  • O sistema de cartas original continua, ainda hoja, em funcionamento. Em qualquer andar, podemos colocar, junto aos elevadores, uma carta que desce um imenso tubo, até aterrar num enorme cofre, no R/C, onde são depois recolhidas e enviadas.
caixa que ainda hoje serve para recolher odas as cartas do pisos do hotel
Caixa de correio do R/C do hotel



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E a vocês? O que vos inspira a visitar lugares destes?


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