Bali: roteiro aos templos do leste



Num dos dias que passámos em Ubud, decidimos visitar o templo de Besakih, Lempuyang e o palácio de Tirta Gangga.

A preparação para visitar estes 3 pontos começa uns dias antes. Fizemos a pesquisa e, enquanto andámos pelo centro de Ubud num dos dias, procurámos um táxi que fizesse a viagem connosco. Conseguimos marcar para o dia seguinte uma viagem de cerca de 8 horas por 54€.

Ainda antes das 8 da manhã, o nosso condutor apareceu numa carrinha grande, onde cabiam mais 4 pessoas além de nós. Antes de entrarmos, pediu-nos que o deixássemos acabar de limpar - a limpeza é algo que os balineses apreciam.


Seguimos caminho, de acordo com o que tínhamos combinado no dia anterior. A primeira paragem seria a uma hora do nosso hotel.


Estátua Balinese em frente a um lago



Pura Besakih 

O primeiro complexo sagrado que visitamos é chamado de “templo mãe”. O Pura Besakih é o mais importante e maior complexo sagrado do hinduísmo em Bali e demoramos cerca de 1 hora e meia de Ubud até lá.


É um complexo dedicado à Trimurti Hindu: Brahma, Vishnu e Shiva. Ele é construído em 6 níveis e o nosso guia diz-nos que “se houver tempo” ainda nos leva ao último nível onde nem todos os turistas chegam.


O bilhete do complexo inclui sarung, guia local e shuttle (apenas para o topo) e custa 180k (cerca de 11 euros) - ainda que no fim o guia peça uma tip de 3€, pelo que fica nos 14€ para 2 pessoas.


Durante a visita, o guia dá algumas explicações acerca dos diferentes templos.


Uma estrutura do templo



Começa por nos contar que este complexo foi destruído por uma erupção vulcânica e reconstruído com pedra vulcânica, e que é essa pedra que lhe dá a cor tão negra.


Explica-nos que os portais que são uma estrutura dividida perfeitamente em duas para criar uma passagem no centro para as pessoas entrarem, chamam-se “candi”. Em contraste com a forma muito ornamentada e a decoração das faces principais, as laterais do corredor ficam totalmente planas. A passagem geralmente é elevada, no topo de umas escadas e os lados simbolizam yin e yang.


Durante a nossa visita há uma cerimónia a decorrer, não podemos entrar no perímetro mas podes observar à entrada. Todos vestem uma camisola branca e o sarung - o branco é um símbolo ospicioso. O nosso guia informa-nos que esta é a cerimónia depois de uma cremação coletiva - a cremação é o momento em que os familiares se despedem para que a pessoa possa seguir para a próxima vida.


Durante o resto da visita, são-nos explicados outros símbolos. Por exemplo, as sombrinhas vermelha, amarela e preta representam cada uma um dos deuses da trimurti. Os tecidos ao xadrez branco e preto representam a dualidade: yin e yang, o bem e o mal.


Deixamos a nossa primeira paragem impressionados e com bastante mais conhecimento acerca da simbologia destes espaços sagrados.


Lempuyang

A segunda paragem é em Lempuyang, e demoramos mais 1 hora e meia a chegar. O templo Lempuyang é provavelmente um dos templos mais fotografados de Bali, localizado na encosta do Monte Lempuyang em Karangasem. Conhecido localmente como Pura Luhur, Lempuyang é um dos templos mais antigos e conceituados de Bali. Acredita-se também que seja anterior à maioria dos templos hindus da ilha.


O nosso condutor fica no sopé da montanha e diz-nos que temos que pagar 45k para o shuttle e 110k os 2 para entrar, incluindo o sarong.


À entrada, uma menina mostra um mapa do complexo e explica algumas regras de comportamento.


O complexo do templo, composto por 7 templos, é considerado um dos seis locais mais sagrados e adorados em Bali. A maioria das pessoas não visita todos os 7 templos, porque leva cerca de 3 a 4 horas para completar todo o circuito.


Subimos até ao primeiro patamar, de acordo com o mapa.


Aqui, centenas de pessoas esperam para tirar uma foto nas portas para o céu. Os locais adoptaram um sistema inteligente: alguém sentado num banco, debaixo de um guarda sol, vai chamando pelo microfone o número do bilhete os visitantes que querem tirar a foto - estes têm direito a cerca de 5 poses e depois dão lugar a outra pessoa.


As chamadas portas dos céus



Em frente, 3 portais olham a paisagem, no topo de uma escadaria. Entre estas, várias estátuas extremamente trabalhadas pontuam a subida. É-nos dito que podemos subir tanto as da esquerda como as da direita mas não as centrais. Lá de cima, podemos ver a paisagem incrível em frente às portas.


Escadaria do templo



O templo está aberto diariamente das 7h às 17h, embora esteja aberto 24 horas para adoração. Para evitares as multidões, chega perto do nascer do sol. Se não gostares de acordar cedo, a vista também é de tirar o fôlego durante a hora dourada, antes do pôr do sol.


Nós almoçámos por ali, com vista para a paisagem, antes de partir para o último ponto da nossa viagem.


Tirta Gangga

De Lempuyang a Tirta Gangga demoramos cerca de 30 minutos. 


Este palácio real foi construído para o rei Karangasem e o seu nome deriva de Ganges, o sagrado rio. O complexo é constituído por banhos e piscinas e foi praticamente destruído durante uma erupção nos anos 60.


Também aqui, há um número surreal de pessoas. Sem a multidão, deve ser uma experiência belíssima. Há pessoas a levantarem-se às 4 da manhã para poderem tirar a tão famosa foto de Instagram com os peixes em seu redor.


Saímos um pouco da área populada e vamos em direção ao espaço dos banhos. Por trás do edifício das casas de banho, há um espaço de banho de purificação, de tamanho reduzido mas bastante bonito. 


Vista para a piscina de banhos rituais



Continuando a subir a escadaria, chegámos a um espaço circular, por baixo das majestosas árvores. Foi aqui que senti finalmente a energia que esperava sentir num espaço tão espiritual como Bali. Aqui os deuses estão em círculo, de rosto virado para o centro, no chão, símbolos do Yin e Yang. Aqui sim, silêncio, paz e natureza!


Lago com peixes no palácio real

De volta a Ubud

No fim da nossa jornada, voltamos a Ubud com corações cheios de gratidão e mais ligação a esta região. No dia seguinte esperava-nos uma aventura de scooter pela região.


Visitas aos templos sagrados de Bali proporcionam uma conexão profunda com a cultura e espiritualidade da ilha. Esta experiência trouxe-nos uma apreciação ainda maior pela riqueza espiritual que Bali tem para oferecer.


Se planeias uma viagem a Bali, incluir uma visita a estes templos é uma oportunidade única para este mergulho na cultura e espiritualidade desta ilha incrível. Cada templo tem a sua própria história e significado, e explorá-los é uma experiência enriquecedora que vale a pena ser vivida.


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Escadaria do templo de Besakih


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