Roteiro de 2 dias em Nusa Penida

Nusa Penida é a maior e mais visitada das 3 Nusas ao largo de Bali. É uma ilha que em 2022 tinha uma população de 59 900 pessoas. A sua maioria é hindu, havendo também uma comunidade muçulmana.

A certa altura da história esta ilha foi um lugar para onde eram enviados criminosos d pessoas indesejadas do reino de Klungkung. Hoje, longe disso, cresce a olhos vistos para acolher os milhares de turistas que a visitam.


Praia com formação rochosa vista de cima

Nusa Penida pode tornar-se muito quente, então organizámos o itinerário de maneira a intercalar as caminhadas com alguns banhos, para refrescar.


Muitos dos acessos às praias são feitos por escadas, às vezes não muito fáceis, e podem demorar até uma hora. Lembra-te que todas as dicas que damos aqui têm como referência a nossa estadia em Setembro de 2023.


Nós não queríamos ver a ilha a correr, por isso, decidimos ficar 2 noites. No entanto, se o tiveres pouco tempo, há muita gente a fazer roteiro de apenas de 1 dia, com um condutor que te leva aos pontos principais.


Para nós, essa solução não é ideal porque temos o tempo contado, então deixamos-te um roteiro para uma passagem mais alargada por esta bela ilha.


Roteiro de 2 dias

Dia 1:

  • Chegada a Nusa Penida
  • Almoço no Warung Longo
  • Check-in no Kompyang Cottage
  • Crystal Bay
  • Pôr do sol Secret Penida

Dia 2:

  • Pequeno almoço no Kompyang Cottage
  • Atuh e Diamond beach
  • Suwehan beach
  • Warung Senja
  • Cascata Guyangang 
  • Kelingking beach
  • Penida colada


—-

Dia 1

De Ubud para Nusa Penida

Como íamos para ficar em Nusa Penida, não tivemos que apanhar o primeiro barco da manhã e conseguimos fazer uma manhã sem grandes pressas ainda no Alena Resort, em Ubud.


Pedimos um Grab do Alena Resort para o local onde iríamos apanhar o barco. Enquanto fazíamos o checkout no hotel, chamámos e rapidamente ele chegou. Demorámos cerca de 45 minutos até ao porto. Tínhamos que chegar até às 10:15, no máximo, para fazer o check-in.

Estátua de pescador com barcos na água ao fundo

Fomos com a Gili Getaway. Durante o check-in é-nos tudo explicado, oferecem comprimidos para o enjoo e é-nos dito que não oferecem água no barco devido aos problemas com o plástico.


As malas não vão junto a nós, pelo que é importante separar tudo o que desejas levar contigo durante a viagem, para que depois possam levar as tuas malas durante o check-in para o barco.


Devido às condições atmosféricas, é-nos explicado que podemos demorar um pouco mais (entre 45 minutos e uma hora). 


O barco tem Wi-Fi e um ecrã onde vai a dar o Toy Story 4 para animar as crianças e a mim que, ao contrário, da maioria não consegue adormecer com o embalar das ondas.

Almoço no Warung Longo

Como não vimos a mensagem do alojamento acerca do shuttle, decidimos ir a pé, do porto para o alojamento. Afinal eram só 2 Kms e queríamos já ter um feeling da vivenda ilha.


Esquecemo-nos é que, com o sol da hora de almoço, 2 Kms de mochila às costas parecem-nos pouco mais! Então decidimos parar bem perto já do alojamento, para o almoço.


Decidimos optar pelo Mie Goreng. Este é um prato tradicional que consiste nuns noodles amarelos finos, fritos em óleo com alho, cebola ou cebolinha, camarão frito, frango ou carne (também há vegetariano), pimenta, couve chinesa, repolho, tomate, ovo e outros vegetais. Sempre presente na cozinha Indonésia, é vendido em todo o lado: desde os vendedores ambulantes (warungs) até aos restaurantes sofisticados.

Check-in no Kompyang Cottage

Quando chegámos, fomos simpaticamente recebidos pelo Fiqi que nos explicou todos os detalhes da nossa estadia e respondeu a todas as nossas questões sempre com um sorriso no rosto.


Enquanto tratávamos dos detalhes, veio a toalhinha para refrescar o rosto (que bem precisávamos!) e a bebida de boas vindas - bem saborosa para quem é fã de gengibre, como eu 😇


Os chalés do Kompyang Cottage são a definição de aconchego e conforto. Com uma decoração simples e elegante, cada chalé oferece um ambiente acolhedor e uma envolvente natural que me encheu an alma. A sensação de estar cercada pela natureza é reconfortante, e o som das ondas ao longe é a trilha sonora perfeita para uma estadia relaxante.


Mas agora não era momento de relaxar! Depois de deixarmos tudo no quarto, voltámos à recepção para pegar na scooter que o Fiqi já tinha preparado para nós e partir à aventura.


Chalé visto de frente com plantas a volta

Crystal Bay

Chegar a Crystal Bay de scooter é relativamente fácil. Nusa Penida tem estradas estreitas e há imensos carros a esta hora (com turistas a fazer o roteiro), então é preciso alguma atenção nas curvas, mas é simples para quem tem alguma experiência com a scooter.


Chegamos e percebemos logo o que traz as pessoas aqui. Há um templo à entrada da praia, com uma enorme árvore que pincela a areia com as suas flores vermelhas. No mar, os característicos barcos de madeira, a boiar ao sabor das ondas e, ao fundo, uma formação rochosa.


À entrada da água, as características pedrinhas (eu trouxe uma para fazer um colar). Mas passada essa parte, a famosa areia branca e águas cristalinas, tornando-a ideal para nadar e fazer snorkel. Vimos imensa gente a observar os peixinhos! Por isso, se és fã, não te esqueças de levar o equipamento - ou alugar por ali mesmo.


Beira mar com formação rochosa ao fundo

Pôr do sol Secret Penida

Para encerrar o nosso primeiro dia em Nusa Penida com chave de ouro, dirigimo-nos ao Secret Penida para assistir ao pôr do sol. 


As cores vibrantes pintaram o céu enquanto o sol se punha sobre o horizonte. Ficámos a absorver a beleza deste momento mágico por um bom tempo.


O nosso primeiro dia em Nusa Penida foi repleto de descobertas e maravilhas naturais. À medida que nos retirámos para o nosso chalé no Kompyang Cottage, sabíamos que esta aventura estava apenas a começar. A promessa de mais beleza e aventuras aguardava-nos na nossa jornada por esta ilha deslumbrante.


Estrado de madeira com por do sol ao fundo

Dia 2

Acordámos com o cantar dos galos bem a horas do nosso pequeno almoço com vista para a piscina na Kompyang Cottage.


Cesto de verga com pequeno almoço e piscina ao fundo


Combinámos para as 8 da manhã porque no dia anterior já tínhamos visto como os carros cheios de turistas enchem as estradas estreitas da ilha.


Fomos em direção às praias de Atuh e Diamond. 


Atuh e Diamond beach

Para quem está habituado a andar de scooter, o caminho não é difícil. Há zonas com alguns buracos mas não muitas, e, como era cedo e não havia muitos carros, chegámos facilmente.


Para estacionar, pagámos 5k, e para entrar 25k cada um, com direito a 2 garrafas de água.


Mesmo chegando cedo, já há imensos turistas e há uma fila nos degraus de acesso à praia. Apesar do que vemos cá de cima, decidimos não descer, aproveitámos para nós sentar e olhar o mar turquesa fundir-se com o mar mais escuro, do ponto mais alto.


O acesso a esta praia, quando comparado com o das outras é bastante bom. Construído talvez propositadamente para o turismo. No entanto, o facto de ter uma fila, deve tornar o caminho um pouco mais difícil. E se o sol brilhar e não as pessoas não se hidratarem, deve ser um inferno. Mas certamente que a chegada à praia compensa. Decidimos partir para lugares menos explorados. Agarramos na scooter rumo a Suwehan beach.


Vista do topo da falésia para a praia com formações rochosas

Suwehan beach

Não é uma atração turística como as anteriores pelo que os acessos não estão cuidados como os da Diamond beach mas sente-se no ar algo diferente, mais genuíno. 


No início do caminho há um pequeno templo, cujo perímetro desenha o caminho até ao acesso à praia. Um pouco antes deste, encontramos alguns macacos a brincar nas árvores. Devagar começamos a chegar à íngreme descida.

A descida não é difícil, há proteções de madeira (ainda que algumas precisem de manutenção) e antes da chegada ao final do caminha há um conjunto de banhos sagrados. Mas ainda são cerca de 400 degraus entre o parque e a praia.


Aconselho a espreitarem as marés antes de irem, pois com a maré alta não é possível aproveitar a praia, pois há pouco areal.


A subida custa um pouco, são cerca de 20 minutos de degraus íngremes. Por isso, se decidires fazer esta visita, leva água, proteção solar e chapéu.


Ondas a bater nas rochas

Warung Senja

Depois da subida precisávamos restabelecer energias. Procuramos os earrings mais próximos e escolhemos o Warung Senja. Uma jovem senhora, com duas meninas pequeninas, tomava conta do espaço com cerca de 7 longas mesas e uma pequena cozinha. 


Não havia ninguém e podemos sentar numa mesa olhando na direção da vila, atrás do restaurante. O arroz frito era bastante saboroso e aproveitámos para levar amendoins e uns chocolates de caju.

Cascata Guyangang 

Como é usual, pagámos 5k IDR para estacionar a scooter e 15k para entrar (com direito a sarong) - cerca de 2,15€ no total. 


Este é um espaço sagrado, pelo que há entrada há um sinal a proibir entrada sem sarong ou a mulheres menstruadas. Aqui, 2 locais que alugam os sarongs dizem que são cerca de 20 minutos até à praia. 


Começamos a descida, que não parece ser muito fácil, pelo que indicam os rostos vermelhos de quem vem.


Como tenho medo de alturas não consegui descer porque os degraus são bem pequenos e as escadas muito inclinadas. Ainda que tenha visto algumas crianças fazê-lo sem dificuldade aparente! Então fiquei sentada a meio, a olhar a belíssima paisagem, enquanto o meu namorado descia e subia.


Aqui também não há tantos turistas como nas atrações principais. Ainda assim, muita gente desceu e subiu enquanto esperava.


Está cascata cai diretamente no mar, mas junto aos espaços de adoração há uma piscina onde podes tomar banho. Há muitos locais a descer carregados de oferendas, para fazer os seus rituais. Enquanto esperava sentada no topo vi uma senhora, no seu sarong e colarinho branco (símbolo auspicioso), chegar ao topo das escadas com uma bela bengala, detalhadamente trabalhada e com uma cabeça de dragão na ponta. É impossível não admirar a devoção e resiliência deste povo!

Cimo de umas escadas com oceano ao fundo

Kelingking beach

Kelingking Beach é famosa pela sua formação rochosa, que se assemelha à cabeça de um dinossauro. 


A vista do penhasco é majestosa, mas também aconselhamos o passeio íngreme para chegar à praia.


À chegada, há uma enorme fila para tirar fotos no início do caminho. Não fiques por aí, segue em direção aos degraus atrás de ti, por trás do restaurante vais ter vistas desafogadas e sem turistas. Pelo caminha há alguns macacos. Se quiseres dar-lhes amendoins, lembra-te só de não fazer gestos bruscos, olhar nos olhos ou mostrar os dentes para eles não se sentirem ameaçados. Se não interagires com eles não há perigo algum.


Se tiveres tempo e força, arrisca a descida até à praia. Com a quantidade de turistas que encontrámos demora cerca de uma hora mas vale bem a pena.


Formação rochosa numa praia

Pôr do sol no Penida Colada

Terminámos o nosso dia no Penida Colada, um dos muitos beach clubs onde, ao fim do dia, muitos turistas se juntam para observar o suave e colorido fim do dia. Saboreámos alguns snack e cocktails autênticos enquanto desfrutámos da atmosfera relaxante do restaurante.


Este dia de scooter em Nusa Penida foi uma experiência verdadeiramente memorável. Descobrimos praias deslumbrantes, quedas de água escondidas e paisagens mágicas, tudo enquanto sentíamos a brisa do oceano e a liberdade da estrada. 


Nusa Penida é um tesouro natural e cultural, e foi realmente recompensador explorar mais deste paraíso intocado.


Mesas de madeira em deck de madeira

2 pina coladas com praia ao fundo

Agora o destino seria outro, mais praias, sol e mar azul turquesa na Gili T.


—-


Se gostaste destas dicas, talvez te interessem os posts sobre o que fazer em Ubud, Canggu ou em Gili T.

Comments

Popular posts from this blog

Bali, Nusa Penida e Gili Trawangan: Um Roteiro Inesquecível

Dia 4: Lago do Como - Lecco, Varenna & Bellano [PT/EN]

O que fazer em Jimbaran